terça-feira, 8 de abril de 2008

Alcácer é notícia!

"Alcácer do Sal inaugura cripta arqueológica

A cripta arqueológica localizada no castelo de Alcácer do Sal, no piso inferior da Pousada D. Afonso II, foi inaugurada na última sexta-feira (18 de Abril), Dia Internacional dos Monumentos.
Na cerimónia de inauguração, que contou com as presenças da Secretária de Estado da Cultura, Paula Santos, e da Governadora Civil do Distrito de Setúbal, Eurídice Pereira, o director do IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Elísio Summavielle), o director regional de Cultura do Alentejo (José Nascimento) e o presidente de Câmara Municipal de Alcácer (Pedro Paredes) assinaram um protocolo para a gestão da cripta.

De acordo com o protocolo firmado entre as três entidades, a gestão da cripta arqueológica fica a cargo da Câmara de Alcácer do Sal, que é igualmente responsável pelos encargos de funcionamento da mesma e fiel depositária do seu espólio.

Ao IGESPAR cabe a concessão de autorização para a realização de trabalhos relativos às estruturas e bens culturais da cripta, independentemente de serem de natureza arqueológica, de investigação, conservação ou outros.

A Câmara de Alcácer, ainda segundo o protocolo, tem de pedir autorização prévia à DRCALEN – Direcção Regional de Cultura do Alentejo para qualquer acção que implique o manuseamento ou deslocação do espólio da cripta, a realização de estudos relacionados com os materiais arqueológicos, substituição / alteração dos sistemas de segurança, da organização da exposição e das peças que a constituem, dos conteúdos multimédia, equipamento expositivo, sistemas de iluminação e abertura de vitrinas.

Depois da assinatura do protocolo, Pedro Paredes, Presidente de Câmara de Alcácer, tomou a palavra para relembrar o imenso trabalho de recuperação que foi feito naquele espaço, que de castelo se transformou em pousada e agora alberga a cripta arqueológica, mencionando ainda o papel que João Faria (arqueólogo e antigo vereador do município) desempenhou neste processo.

José Nascimento, Director Regional de Cultura do Alentejo, adiantou que durante o mês de Abril vão “abrir ao público um conjunto de monumentos e sítios que têm estado fechados e que resultam, tal como este resultou, de uma perspectiva que o IGESPAR e as direcções regionais estão a implementar de uma forte colaboração, um trabalho em rede e de co-gestão destes sítios e monumentos”.

“Este primeiro acordo com a Câmara Municipal de Alcácer do Sal é para nós muito significativo, porque é o início de uma relação que vai ser ainda mais aprofundada. É para nós um grato prazer ter esta profunda relação com esta autarquia, este é o primeiro passo no âmbito do património cultural material, mas dia 17 de Maio vamos celebrar também um protocolo com a autarquia para um projecto que a direcção regional de cultura está a levar a efeito sobre o património imaterial do Alentejo” sobre o Ladrão do Sado, acrescentou, salientando que nesse dia vai ser feito um colóquio com “Paulo Scarnequi, que é um dos maiores (se não o maior) especialista mundial do canto ao improviso” e no qual também vão marcar presença a comissão nacional da UNESCO, o director de serviços do imaterial do instituto dos museus e da conservação e a universidade de Évora, entre outras entidades.

Já o director do IGESPAR, Elísio Summavielle, fez em primeiro lugar uma homenagem a João Faria e Cavaleiro Paixão, os mentores deste projecto em que o POC investiu “130 mil euros”.

“Esta assinatura de protocolo tem um significado especial no quadro institucional que vivemos actualmente e resultante da reforma da administração central em que o poder local está na primeira linha e detém maior aproximação do património e assume maior responsabilidade na sua gestão futura e é um exemplo como, felizmente, vem acontecendo em muitas autarquias”, completou.

A Secretária de Estado da Cultura, Paula Santos, agradeceu o trabalho de todos os técnicos que permitiu chegar a este ponto e relembrou que o património pode trazer nova dinâmica à região.

“Podemos utilizar o património de forma nova, podemos revisitar esse património com uma nova leitura relativamente ao seu valor e que nos permite, neste enquadramento deste sítio, no quadro de termos uma pousada, nesta articulação com uma actividade económica dos dias de hoje e moderna, poder utilizar esse património fechando um ciclo e dando-lhe continuidade para que ele possa representar aquilo e a valorização que já teve no passado, mas que também possa ser encarado como um novo elemento para dinamizar relativamente no futuro o potencial que a região continua a ter. A abertura desta cripta arqueológica, que a partir de agora vai estar aberta ao público, permite que, através dessas estruturas que encontramos possamos introduzir exactamente estes novos factores de desenvolvimento económico e penso que este projecto espelha por excelência que é possível encontrar soluções em parceria que garantem a sustentabilidade futura dos equipamentos que representam uma mais-valia para a região e para o município e que numa articulação, neste caso específico com uma experiência turística, pode constituir um pólo cultural muito importante”, referiu Paula Santos.

Finda a cerimónia, os presentes repartiram-se em dois grupos uma visita guiada à cripta, seguindo-se um almoço na cripta.

A cripta arqueológica pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h00 às 19h00. Até ao mês de Julho as entradas são gratuitas."

in http://www.mirasado.pt/

"Escavações em "villa" romana "ímpar" (Alcácer do Sal).

As escavações na "villa" romana de Santa Catarina de Sítimos, no concelho de Alcácer do Sal (Setúbal), foram retomadas esta semana, depois de uma primeira campanha arqueológica efectuada no ano passado, informou hoje o município.
Segundo a Câmara Municipal de Alcácer do Sal, a segunda campanha de escavações na "villa", que começou a ser posta a descoberto em Maio de 2006, iniciou-se segunda-feira e vai decorrer até final de Setembro.
"Estes trabalhos arqueológicos são muito importantes porque uma 'villa' romana desta dimensão é única em todo o Litoral Alentejano e mesmo a nível nacional", assegurou hoje à agência Lusa Isabel Vicente, vereadora da Cultura na autarquia.
Segundo a vereadora, a campanha realizada em 2006 permitiu revelar a existência de "peças importantíssimas", fazendo "adivinhar que se trata de uma obra cultural ímpar" que o município quer continuar a escavar.
"Queremos aprofundar estas escavações e pôr depois à disposição dos visitantes, que acorrem cada vez mais à vizinha povoação de Santa Catarina, para ver a 'villa', este importante património cultural e histórico", disse.
Já com ideias de instalar no local um núcleo museológico, o município pretende continuar, "nos próximos anos", com as campanhas arqueológicas que, até agora, já fizeram "renascer" uma piscina e o que os arqueólogos acreditam ser um santuário pagão.
"Prevemos que a piscina, cujo piso está intacto, seja muito grande porque, apesar de grande parte estar já escavada, foi descoberto um muro que parece não ter fim", afiançou a vereadora.
Esse equipamento de ócio romano, de acordo com o município de Alcácer do Sal, é "pouco vulgar" em Portugal e poderia servir para "delimitar a própria villa, dada a sua localização paralela à ribeira de Santa Catarina".
Durante os trabalhos foram ainda encontradas várias peças, como cerâmicas, lucernas e símbolos, um deles com a representação de Vénus.
"Acreditamos que existiria ali um santuário pagão, em que se faria o culto àquela deusa", frisou Isabel Vicente.
Apesar de estar situado no Litoral Alentejano, o concelho de Alcácer do Sal não possui faixa costeira, já que as praias integram o vizinho município de Grândola.
Por isso, sublinhou a vereadora, a aposta do município assenta na cultura: "Queremos ser a capital da cultura do Litoral Alentejano".
"O litoral vai desenvolver-se muito, com todos os investimentos turísticos projectados e em curso na região, mas as pessoas que vão à praia, ao fim de uns dias, também querem ver outras coisas", vaticinou.
Alcácer do Sal, onde existe "muito património por escavar", quer captar esses mesmos turistas através da sua "riqueza cultural".
A "villa" romana de Santa Catarina de Sítimos foi identificada em 1977 e o terreno onde está implantada passou para a posse da autarquia em 1984.
Os trabalhos arqueológicos chegaram a iniciar-se dois anos depois, mas foram interrompidos durante duas décadas."

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