terça-feira, 8 de abril de 2008

Contexto e actividade desenvolvida



Pertencente ao distrito de Setúbal, Alcácer do Sal é sede de um município dividido em seis freguesias, englobando cerca de 13.500 habitantes. Neste município, para além da riqueza natural que se avista, o património arqueológico é muito vasto, trazendo à memória os tempos dos castelos muçulmanos e a passagem de romanos por estas terras.
Pensa-se que há mais de 5.000 anos que exista ocupação humana no município, o que se esclarece inventariando as peças pertencentes à Idade do Ferro, à ocupação romana, aos visigodos e muçulmanos que por aqui passaram. Estes vestígios são hoje de uma grande importância para constituir a história do concelho e do país e aqui foram encontradas peças com uma abundância extraordinária, havendo muito ainda por descobrir sob as casas e terras do mundo contemporâneo. Diz a arqueóloga do IGESPAR, Dra. Esmeralda: “Alcácer é muito rica em arqueologia. Dá-se um pontapé numa pedra e encontra-se espólio”.
Com o Museu Municipal Pedro Nunes a ser recuperado para uma nova musealização, com a ideia de se transformar o espaço em local privilegiado de exposições temporárias, surgiu a hipótese de ter uma mostra que contasse a história dos povos que passaram por Alcácer do Sal.
Com as primeiras escavações entre 1993 e 1997, escondiam-se debaixo das muralhas imponentes do Castelo de Alcácer, resquícios dos povos que aqui habitaram, artefactos arqueológicos que foram sendo descobertos e armazenados em cerca de 400 contentores de material a guardar para a posteridade. Após anos de escavações e muitos achados arqueológicos, começou-se a formar na mente dos apaixonados de arqueologia de Alcácer, a possibilidade de mostrar algumas dessas peças no mesmo local onde foram encontradas, adaptando uma cripta por baixo do castelo, hoje Pousada D. Afonso II. Além desta possibilidade de entrar em contacto com os vestígios de outros povos, é também possível ver o local onde foram feitas escavações, uma parte de um fórum romano e peças ainda presas às paredes da cripta, denotando-se a quantidade imensa de achados arqueológicos desta zona.
O espólio arqueológico, constituído por peças em cerâmica, em vidro, metal, ferro, bronze, chumbo, em osso, ou tecidos foi primeiramente limpo e estudado pelos técnicos, nos seus contextos históricos, com o objectivo de compreender o interesse arqueológico dos achados e da conveniência de os tratar num espaço a visitar pelo público em geral.
Primeiramente, fizemos uma visita à cripta arqueológica do Castelo de Alcácer, ainda por inaugurar (a inauguração aconteceu no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, 18 de Abril) com os técnicos do IGESPAR, a Dra. Esmeralda e o Dr. Fernando Táta, acompanhados da responsável do Sector de Arqueologia, Museus e Património Cultural da Câmara Municipal, Marisol Ferreira. Os três técnicos, além da visita, explicaram-nos a forma como procederam à inventariação do espólio e de todo o processo de percepção para verificar que, do ponto de vista quer cultural quer museológico, tinha interesse para expor esses objectos na cripta.
Visitámos também a Villa Romana de Santa Catarina dos Sítimos, onde pudemos constatar um dos locais onde ainda se procedem a escavações no concelho de Alcácer do Sal, contando com a companhia do outro responsável do Sector de Arqueologia, António Carvalho.

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