quarta-feira, 21 de maio de 2008

Simbologia e Identidade




Carregado de símbolos, o museu começa com um relógio que marca as duas horas da tarde, a hora da revolução republicana, apresentando logo de seguida aqueles que consideramos os mais representativos símbolos nacionais, a bandeira e o hino portugueses.

Conscientes do carácter educativo do espaço, característica abrangente de todos os museus, mas que, neste caso, implica uma identidade nacional com que os portugueses se identificam, o Museu da Presidência organiza toda a visita mediante o público que se apresenta na frente dos técnicos. Mais do que em qualquer outro dos espaços que visitámos, esta consideração é notória e apresenta condicionantes muito interessantes, que foram por diversas vezes salientadas pela orientadora da nossa visita, que afirmou: “O museu pode ser explorado de muitas maneiras, pode-se abordar de diferentes formas, na história, na identidade, etc.”. Helena Miranda fez questão de nos ir explicando, durante toda a visita, como esta poderia ser organizada caso o grupo visitante fosse constituído por crianças, por adultos mais idosos, por desconhecedores de toda a história portuguesa, etc., o que nos possibilitou um entendimento mais profundo sobre a própria forma de constituirmos um processo semelhante, como promotores de um espaço similar. “Pode-se ensinar tudo a todos desde que se saiba decompor os conteúdos”, assegura.

Tomemos como exemplo as balas que aparecem numa das primeiras vitrinas do museu. Em frente a elas, pode-se explorar o seu valor monetário, o simbolismo do que representam, a razão de terem sido seleccionadas para iniciar uma exposição com estas características. Não sobrecarregar os grupos de informação mas também não ficar pelo que já é conhecido antes de entrar no espaço do museu, é um equilíbrio necessário a quem orienta e planeia este tipo de visitas.

Além da identidade com os objectos portugueses, é também possível estabelecer contactos com as pessoas de outras nacionalidades e comunidades, através das ofertas de outros países, peças trazidas das ex-colónias portuguesas, imagens de acontecimentos históricos recentes, que muitos dos visitantes chegaram a vivenciar.

Helena Mendonça chama a atenção para o facto dos acompanhantes das visitas terem a obrigatoriedade de estar atentos ao seu público, para além de um conhecimento exemplar sobre os conteúdos que apresentam.

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