quarta-feira, 4 de junho de 2008

Cultura associada a economia?


Organizado para ser muito mais do que um Museu do Oriente, o espaço pretende ser um centro cultural, onde as diferentes áreas se complementam e enriquecem as próprias exposições. Por este motivo, não interessa apenas chamar a atenção para aquilo que oferecem nas diferentes mostras, motivo primeiro para que os visitantes se dirijam ao espaço, mas também canalizar esforços no sentido de proporcionar muitas outras propostas que dêem visibilidade ao espaço e tragam mais e diferentes públicos. Deste modo, muitas outras actividades são organizadas em simultâneo, aproveitando ao máximo os diferentes espaços do museu.
Primeiramente, a recepção de ofertas públicas, actividades de um âmbito geral dependendo das datas que se comemoram, workshops de outras entidades, ofertas variadas nos seus conteúdos. Foi o caso da recente celebração do Dia da Criança, a 1 de Junho, onde se proporcionou aos mais jovens a possibilidade de fazer um grande número de actividades, entre as quais a produção de máscaras tendo como base a exposição temporária patente no piso inferior do museu, e que trouxe ao espaço não apenas as crianças mas todos os elementos das famílias.
O museu transforma-se, assim, não apenas em lugar de entretenimento mas também de aprendizagem, os dois aspectos mais importantes, segundo Carla Mendes. Além de se proporcionar divertimento, o Museu do Oriente, como qualquer outro espaço de cultura, defende a nossa orientadora, deve ser também um espaço de consumo. “Temos de flexibilizar estes conceitos. Podemos e conseguimos transformar o interesse lúdico dando-lhe um sentido pedagógico”, afirma. Carla Mendes, e toda a organização do museu, pretendem desmistificar o tabu quando toca a associar cultura e economia. De facto, este espaço como centro cultural funciona economicamente, com a entrada de dinheiros. É por isso que abrem as portas para o aluguer de alguns espaços a outras empresas que promovem aí os seus produtos, aceitando também diversos apoios de mecenas (no caso do Museu do Oriente, o BES, Tricana, TVI, Sony, etc.), que canalizam grande parte dos orçamentos e materiais necessários para todo o funcionamento do museu. Desmistificando este funcionamento, o Museu do Oriente recebe, assim, diversos fundos que orienta para as diferentes necessidades que vai tendo.

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